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Lido

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Quarta-feira, 12 de janeiro de 2011. Me embrenho no breu. Das coisas do mundo. O mundo é um vão sem parede. Corda bamba sem rede. Para quem quer se soltar. Enquanto ando encantoando a dor. Vez em quando com fé. Vez em quando descrente. O mundo é um sortimento de gente. Que não se deixa abraçar. E quanto mais longe vou. Mais preso me sinto. O mundo é um labirinto. Quanto mais me encontro. O mundo é cigano. Tanto seduz quanto assusta. Feito um gigante a espreita. Que nem de longe suspeita. Sair pruma seres...

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Lido: Novembro 2008

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Quinta-feira, 13 de novembro de 2008. Num fio de água clara. Onde a lua inteira se banha. Eu pus meus pés, pus meus olhos,. Vislumbrei a vida inteira. Pus meus sonhos e infância. Promessas e brincadeiras,. Pus palavras e desejos. Futuros que eu não sabia. Num fio de água clara,. Pus amor e poesia. Mas a água nunca para. E a lua fica inteira. Meus pés seguiram vazios,. Meus olhos de lua cheia. Meu sonho ficou no rio. E o resto virou areia. Quinta-feira, 6 de novembro de 2008. Voar - Tema Vaquinha Lelé.

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Lido: Agosto 2010

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Segunda-feira, 30 de agosto de 2010. Velas e candelabros numa noite de novembro. Candeeiro aceso meu coração dim-dom. Piano suave soturno embalando taças. Da mesa à boca. Da boca à mesa. Da mesa ao universo perdido em idéias. O vinho girando a cabeça embriagada de sua presença. O cheiro de pele lavada a sabonete. A lua doida redonda. Belas luas nuas andando pela casa. O olhar bandido atravessando a sala triste. E a vidraça do meu peito estilhaçada. O abrigo incerto das mãos de unhas retas. Nem é de pó.

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Lido: Março 2010

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Segunda-feira, 29 de março de 2010. Acre pele sal sândalo pêssego. Cheiro que não acaba. Gosto que não termina. Resquício de sabonete e gasolina. Pêlo chuva sexo axila. Fundo que não tem fundo. Sabor que guarda o mundo. Explosão de vida infinda. Flor no meu nariz. Sexta-feira, 12 de março de 2010. Corta o vazio como cortasse os pulsos,. Rasga-se à caça de si. Flor aberta a ferro e fogo. A soco e faca. Muitas vezes encontra o nada. Mas a sangue quente,. Escalavra a palavra, lavra,. Escalpela o que sente.

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Lido: Caquizeiro

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Sexta-feira, 15 de outubro de 2010. A tarde era imensa sombra debaixo dos caquizeiros. No abandono o menino fazia planos. De repente chusma de borboletas azuis e duas amarelas. O menino gritava pra ninguém:. Ali elas, ali elas. Assinar: Postar comentários (Atom). No lado direito crio pássaros, cigarras e borboletas. No esquerdo, carrego pedras e perdas, crio feridas. Por isso fico de pé. Visualizar meu perfil completo. Talvez eu não seja poeta. Talvez eu só traga uma seta. Cravada no peito que espeta.

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Lido: Setembro 2010

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Sexta-feira, 24 de setembro de 2010. 65279;. 65279; A tarde escarlate. Esmalte da noite no céu de junho. No canteiro das flores. As cores se abrindo. No catavento do tempo. No caderno do dia. O dia comendo páginas. No cataclismo das horas. As horas morrendo na boca da noite. A noite caindo no vértice da tarde. Tudo parte sem dó. Meu coração sem rumo. Quarta-feira, 22 de setembro de 2010. A rua é trôpega sob meu sapato sem calço. Tropeço cambaleio e caio. A calçada cinza se estende. Um vôo sider...

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Lido: Outubro 2010

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Sexta-feira, 15 de outubro de 2010. A tarde era imensa sombra debaixo dos caquizeiros. No abandono o menino fazia planos. De repente chusma de borboletas azuis e duas amarelas. O menino gritava pra ninguém:. Ali elas, ali elas. Terça-feira, 12 de outubro de 2010. 65279;. 65279; Loucos e lúcidos me habitam. Minha razão moinho de vento. Meu coração pedra mó. Com pedaços de tantos me faço. Mas no fundo sou eu só. Sexta-feira, 8 de outubro de 2010. O menino que eu era. Um dia pisou no vento. Nesses dia...

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Lido

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Quarta-feira, 12 de janeiro de 2011. Assinar: Postar comentários (Atom). No lado direito crio pássaros, cigarras e borboletas. No esquerdo, carrego pedras e perdas, crio feridas. Por isso fico de pé. Visualizar meu perfil completo. Talvez eu não seja poeta. Talvez eu só traga uma seta. Cravada no peito que espeta. Quando a vida é curta. E a alegria é pouca. Quando busco uma reta na estrada torta. Talvez eu não seja poeta. Só traga no peito cravada uma faca. Quando abro a janela. E a natureza é morta.

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Lido: Abril 2010

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Terça-feira, 6 de abril de 2010. Fogo da mesma brasa. Hóspedes da mesma casa. Bombas num só pavio. O ódio explode e mata. O amor fica por um fio. Amor não mata mas finca estaca. No meu coração vazio. Meu coração é um bazar. Tudo que vejo e desejo ele quer guardar. Tudo que presta e não presta nele pode encontrar. Do ocre ao acre-doce. De acássias a cassis. De amores e rancores. Promessas, sentimentos vis. Meu coração é um bazar. Tudo que vejo e desejo ele quer guardar. Desde luva, fivela, vento,. E a jus...